Da série: restaurantes que amamos

O mais tradicional e mais antigo restaurante de Porto Alegre faz parte das nossas vidas há décadas. E não poderia deixar de estar presente nessa lista dos nossos amores gastronômicos…

Tem gente que vai no Gambrinus porque é o restaurante mais antigo da cidade. Mas também tem gente que vai pela comida boa. Outros vão porque é tradicional ponto de encontro de políticos e jornalistas de Porto Alegre. Eu, sinceramente, não lembro há quanto tempo frequento o lugar e já perdi as contas de quantas vezes encontrei amigos e conhecidos por lá. Só sei que cada vez que vou me pergunto porque demorei tanto tempo pra voltar.

O Gambrinus sim, é o restaurante mais antigo da cidade. Tem 133 anos de existência. Fica na loja 85 do Mercado Público da capital gaúcha e parece um cenário de filme. Lugar pequeno e acolhedor, com luz natural entrando pelas frestas das janelas e belas mesas de madeira com detalhes de azulejos. Os mesmos azulejos que enfeitam as paredes, decoradas com muita história. A pintura do teto foi raspada deixando à vista as camadas de tinta de várias épocas. A cadeira usada pelo cantor carioca Francisco Alves e as antigas válvulas de chope ainda estão lá, assim como fotos e objetos que nos contam um pouco do passado.

Foi fundado em 1889 por uma confraria de alemães que ali bebiam cerveja – por isso o desenho da figura mítica que dá nome ao restaurante. Depois passou pelas mãos dos italianos Finato, até chegar, nos anos 60, à família portuguesa Melo, que deu início a boa gastronomia do lugar, com essa mistura saborosa de ingredientes brasileiros e influência portuguesa.

No Gambrinus tem de tudo! Um maravilhoso bacalhau à Gomes de Sá e um linguado com molho de camarão especia. Mas lá também tem mocotó, feijoada e uma infinidade de filés. Essa variedade, aliás, é um dos atrativos do lugar, mas o que todo mundo concorda é que não dá pra “começar os trabalhos” no Gambrinus sem aquele chope Brahma bem tirado e um bolinho de bacalhau.

Aliás, o bolinho é patrimônio do Gambrinus: famoso! Segundo o João Melo, um dos descendentes que hoje tocam o negócio, o segredo é a quantidade de bacalhau e o tempo de preparo, que totaliza 4 dias. Mas não é só esse o segredo de sucesso deste lugar que parece que faz a gente se perder no tempo e esquecer da correria do dia-a-dia. O Gambrinus tem o Zezinho, que em 2022, do alto dos seus mais de 70 anos – 40 deles como garçom do restaurante – segue recebendo os clientes com um sorriso no rosto e muita simpatia, assim como toda turma que atende lá. Sim, o atendimento também é patrimônio do Gambrinus. Porque a gente chega e é recebido com um sorriso e um “fica à vontade”. E a gente fica mesmo. Seja por causa da comida, do chope, do atendimento, da história ou do lugar, cada um tem seus motivos. O fato é que o Gambrinus é daqueles restaurantes que nos dão a sensação de estarmos em casa, sabe? Daqueles que fazem parte da nossa história. E faz! O Gambrinus faz parte da história da Mattos e da Porto – e das duas juntas! Faz tempo que dividimos chopes e histórias por lá. E agora, uma história nova: a do Quase Sem Pauta. Foi o Gambrinus que escolhemos para comemorar nosso quase-talvez-quem sabe – primeiro patrocínio – mas essa é outra história…

Que seja o presságio de sucesso e vida longa pro nosso Quase Sem Pauta – e de cada vez mais sucesso e prestígio pro nosso amado Gambrinus.

Restaurante Gambrinus

Banca 85 do Mercado Público

Centro Histórico de Porto Alegre

De segunda a sexta-feira das 11h às 21h

Sábados das 11h às 16h

Domingos das 11h às 15h