Pois flanando pelo bairro Moinhos de Vento fomos parar no Luc, um bistrô francês que abriu não faz muito em Porto Alegre. Os donos são os mesmos do Mesa, que fica do outro lado da rua.
Mas ao chegar naquela esquina da Dinarte, uma rua que cada vez mais se caracteriza por restaurantes e operações de boa Gastronomia, não há como não lembrar de um dos melhores botecos da história recente de Porto Alegre: o Nossa Senhora do Ó, que se manteve no local até 2016.
Impossível a pessoa ter mais de 40 anos e não lembrar.
Ali era feito um dos melhores bolinhos de arroz da história universal – talvez não tão bons quanto os feitos pela Valesca e pela Mabel (mães da Mattos e da Porto), mas perto disso.
Ali tinha várias cervejas diferentes, numa época que cerveja ‘era tudo mato’. Ali tinham poucos, pouquíssimos hambúrgures no cardápio – e o Nossa Senhora do Ó, negócio do coração da dupla de publicitários Mari Castilhos e Vagner Piccolo, foi também o embrião de outra operação pioneira na capital gaúcha: em 2011, três anos depois de abrir as portas do Ó, o casal esquentava a chapa do Bife, na esquina da Miguel Tostes com a Castro Alves – ali onde fica o Bottega Maria hoje. Um tempo depois, o Bife cresceu e foi também pro Barra Shopping, mas essa é outra história.
O que temos na memória são os chopes Guinness que eram servidos na calçada 17 da Dinarte, a simpatia da Fernanda, a falante garçonete, e quantidade de rostos conhecidos que passavam por ali. Aliás, trocando uma ideia com a Mari sobre isso antes de escrever esse texto ela lembrou de algo muito bacana: o cardápio do vizinho. Vários locais se organizaram e o cliente podia sentar em uma casa e pedir da outra: no final do expediente os restaurantes acertavam a conta entre eles. Nesse bem bolado entravam Puppi Baggio – que ainda era em frente e também tinha a Pizza do Puppi, Barbarella, o café Domitila…quem lembra disso?
Com o perigo de soar saudosista, pergunto: apesar de casas muito legais no local, quais endereços de Porto Alegre te dão saudade do que já funcionou no mesmo lugar em outros tempos?
Reminiscências de uma segunda-feira chuvosa…
